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A Síndrome Pós Poliomielite (SPP)

  • Foto do escritor: Rafael Oliveira
    Rafael Oliveira
  • 21 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura


Sindrome Pós Poliomielite

Na dinâmica medicina, muitos conceitos sofrem constante mutação enquanto outros vão surgindo em uma velocidade impressionante. A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença que tem se tornado rara no Brasil em virtude das campanhas de vacinação. Conforme informa David Greenberg em seu compêndio Neurologia Clinica, a patologia ocorre devido a uma infecção viral medular desencadeada por um picornavírus. Geralmente, sintomas gripais precedem o comprometimento neurológico, sendo esse caracterizado por fraqueza e redução do tônus muscular sem comprometimento sensorial. Alguns casos podem ser neurologicamente assintomáticos e outros podem evoluir para um desfecho letal. O exame do liquor demonstra um aumento no número de células sem modificar os níveis de glicose. O tratamento é de suporte e, embora possa haver o estabelecimento de déficits, a grande maioria dos indivíduos acometidos consegue efetivar sem maiores problemas tarefas sociais e laborativas.

Após grande esforço e estudos realizados pelo Dr. Acary Souza Bulle Oliveira a medicina tem aceitado de forma mais ampla a Síndrome Pós Poliomielite (SPP) (2). Aliás, é possível até categorizá-la sob o CID 10 G14. Embora seja uma condição descrita há mais de 100 anos, somente nos dias atuais passou a ser mais compreendida, estudada e aceita. Refere-se a uma aflição neurológica que ocorre muitos anos após a fase aguda da agressão viral. O quadro clinico é caracterizado por nova perda de força muscular, dores e fadiga. Não se sabe muito bem como tal doença se desenvolve. Nesse contexto, algumas teorias foram estabelecidas procurando explicar a fisiopatologia do ocorrido. Acredita-se que as fibras nervosas remanescentes da infecção viral aguda seriam submetidas a uma sobrecarga funcional. Isso ocorreria com o intuito de compensar o deficitário número de neurônios atuantes e manter o mais próximo do normal o nível operacional dos membros deteriorados. Esse “overuse”, em certo momento, acabaria por danificar a estrutura remanescente desencadeando a Síndrome Pós Poliomielite (1). Outra possibilidade é que as novas fibras que se desenvolveram após a agressão aguda não possuem a estabilidade orgânica necessária para desempenhar suas funções de forma ininterrupta e eficiente. Essas mudanças degenerativas deixariam o arranjo nervoso mais frágil e propenso a falhas, fato esse que, em tese, poderia desencadear a SPP. Muitos especialistas falam que o desuso muscular também poderia interferir na fisiopatologia de tal síndrome. Todavia, essa circunstância só possui a capacidade de piorar os déficits musculares em pacientes com SPP já estabelecida, não sendo um dos fatores capazes de iniciar a mazela. Assim, a teoria mais aceita é que o “overuse” das fibras remanescentes desgastaria um sistema já fragilizado levando a SPP. Com a sintomatologia revigorada ocorreria o desuso que, por sua vez, aumentaria a fraqueza, a atrofia muscular e favoreceria o ganho de peso. Alguns fatores de risco, embora não confirmados, têm sido cogitados como: maior idade na fase aguda da doença, sexo feminino, gravidade do quadro motor inicial, grande recuperação funcional, longo período de latência desde o quadro agudo da doença e o início da recuperação, uso de ventilação mecânica na fase aguda da doença, ano da infecção aguda, presença de dor muscular associada ao exercício, tipo de seqüela residual.

O tratamento da SPP é multidisciplinar. Deve-se indicar fisioterapia para reforço muscular, perda de peso e descansos intermitentes. De modo geral, como os individuos já estão plenamente adaptados aos deficits vinculados à infecção aguda, não há comprometimento das funções sociais e laborais.


1 comentário


lucimarmaria757
22 de jun. de 2021

Sinto dores horríveis nas juntas nos braços um cansaço horrível uma falta de ar insuportavel,a ponto de não poder tomar banho ou até mesmo lavar a cabeça sozinha as vezes me falta o ar parece que vou morrer e pior não tenho acompanhamento médico nenhum 😑😑😑

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Dr Rafael Oliveira
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