Movimentos esquizóides podem, muitas vezes, gerar dúvidas ou até mesmo deboches desnecessários. Várias doenças neurológicas manifestam-se através de ações musculares espontâneas. Portanto, é interessante identificar tais situações para preservar e, quiçá, ajudar seus portadores.

A distonia refere-se a uma alteração do sistema motor onde dá-se contrações musculares sustentadas, muitas vezes com grosseiros movimentos de torção e posturas anormais. Geralmente, envolve um razoável período de tempo o que pode dificultar a realização de tarefas cotidianas normais. É comum dividir-se tal injúria em dois tipos: focal ou generalizada. Na primeira, o representante mais comum é a distonia cervical, onde ocorre envolvimento dos músculos do pescoço, causando posturas inadequadas da cabeça. Na segunda, vê-se comprometimento dos membros inferiores associados a, pelo menos, outra área do corpo. Trata-se de um diagnóstico exclusivamente clínico, mas, às vezes, em distonias secundárias, pode-se observar calcificações ou necrose nos núcleos da base em exames de imagem. O tratamento é paliativo e envolve a administração de fármacos anti-colinérgicos (triexifenidil 6-80mg/dia ou benzatropina 4-8mg/dia). Atentar para os efeitos adversos como boca seca, sedação, visão borrada e retenção urinária. A toxina botulínica tem mostrado-se opção muito eficaz em distonia cervical, sendo, inclusive, considerada a melhor alternativa nesses casos (1). Todavia, ainda não existem indícios suficientes que indiquem vantagens entre a toxina tipo A ou tipo B (2). Procedimento cirúrgico como talamotomia deve ser reservado a casos incapacitantes e refratários à terapia medicamentosa. Atendimento multidisciplinar com fonoaudiologia e fisioterapia é de grande utilidade. Apesar de tratar-se de uma patologia sem cura, associar várias modalidades terapêuticas pode proporcionar uma melhor qualidade de vida a seus portadores.