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  • Foto do escritorRafael Oliveira

A pior dor do homem



Muitas dores podem levar o homem a atitudes intempestivas e impensadas. Relatos afirmam enfaticamente que a neuralgia do trigêmeo é uma das dores mais fortes que um ser humano pode sentir. Não é a toa que mestres acadêmicos relatam que pacientes tentam o suicídio ao vivenciar tal situação. Trata-se da dor neurálgica mais comum na face, sendo corriqueiramente unilateral e afetando as divisões maxilares e mandibulares do trigêmeo (V2 e V3). A testa (V1) normalmente é poupada. Pequenos toques, vento, mastigação ou outros sutis estímulos podem desencadear essa lancinante dor que relembra um dolorido choque elétrico. Acredita-se que a fisiopatologia da doença envolve um estímulo vascular equivocado (geralmente artéria cerebelar superior) que encosta na porção no nervo trigêmeo desprovida de bainha de mielina, ou seja, sem proteção. A ressonância nuclear magnética de encéfalo é mandatória. O tratamento farmacológico é satisfatório na maioria dos casos. As opções são a carbamazepina, a oxcarbazepina, o topiramato, a lamotrigina, a pregabalina a fenitoína e a gabapentina. Como as remissões espontâneas são comuns, a medicação é reduzida ou suspensa após períodos assintomáticos longos. Embora a carbamazepina seja comumente o fármaco de primeira escolha, estudos randomizados mostram que o topiramato possui a mesma efetividade (1). Já a pregabalina mostrou-se superior à lamotrigina (2). As intervenções cirúrgicas são reservadas para casos refratários ao tratamento conservador.


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