Muitas patologias são frequentes, mas devido ao pouco conhecimento sobre sua fisiopatalogia, podem acabar sendo ignoradas. A neuralgia do nervo occipital maior (também chamado de nervo de Arnold) aflige muitos pacientes. Devido a sua ocorrência na região nucal, muitas vezes, é encarada como um tipo de cefaléia tensional ou, até mesmo, como a famosa enxaqueca. Pode ser causada por compressão e/ou inflamação de estruturas nervosas (2).
Clinicamente, apresenta-se como uma dor na região occipital com irradiação para o topo da cabeça. Pode estar associada a alteração de sensibilidade ou disestesias. Frente a tal hipótese, deve-se atentar detalhadamente à coluna cervical, pois tal quadro pode estar vinculado a fraturas nessa região. Geralmente, essa neuralgia não acarreta déficit neurológico e é auto-limitada. Todavia, muitos doentes necessitam de auxílio terapêutico para combater essa circunstância álgica. O tratamento deve iniciar com correção postural e exercícios físicos, sendo esse último um ótimo auxiliar no manejo crônico. Caso tais indicações não sejam suficientes para aliviar a dor, medicamentos poderão ser prescritos. Entre eles, destaco os anti-depressivos tricíclicos (amitriptilina), os inibidores seletivos da receptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram e escitalopram), carbamazepina, oxcarbazepina, gabapentina e pregabalina (2). A escolha do fármaco fica a critério do especialista. Não sendo isso resolutivo pode-se indicar infiltrações com toxina botulínica (3, 4), corticóide com anestésico ou radiofrequência. Aliás, estudos randomizados defendem que esse último procedimento é mais efetivo no controle álgico que a simples instilação de anti-inflamatório (1). As cirurgias são reservadas para os casos onde há falha de todas as possibilidades anteriores (2). Fato é que seguindo o algoritmo adequado a chance de sucesso no controle de tal circunstância é alta. Vale ressaltar que o uso de colar cervical não está indicado para tal situação, pois pode promover maior irritação da área.
