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  • Foto do escritorRafael Oliveira

Dietas low carb aumentam a mortalidade? A nova manchete da mídia.



Consumo de carboidratos aumenta a mortalidade?

É incompreensível como médicos e a imprensa ainda propagam de forma acintosa notícias embasados de forma robusta em estudos observacionais. Qualquer individuo que se aprofunde suavemente em epidemiologia perceberá que uma análise observacional possui quantidade incontável de vieses e devem ser reservados para se levanter uma hipótese e jamais cimentar uma teoria. Inclusive, muitos assuntos que esses limitados estudos abordam já foram avaliados pelos mais fidedignos ensaios controlados. Li esses dias na midia um comentário sobre um estudo publicado em agosto de 2018 no periódico The Lancet que faz uma análise sobre a ingesta de carboidratos. Na verdade, os pesquisadores realizaram, através de um estudo observacional, uma crítica direta às dietas low carb, mesmo que essas já tenham sido exaustivamente testadas em ensaios controlados. Afirmam eles que sua pesquisa demonstrou que ingerir muito ou pouco carboidrato está associado a um aumento da mortalidade. O ideal seria ingerir entre 50 a 55% desse macronutriente. Ocupar a parte mediana da linha, em tese, proporcionaria uma vida mais longa e saudável. Todavia, fatos óbvios florescem com intensidade ao término de tal estranha conclusão.

1. Desde quando o organismo humano possui uma calculadora para chegar ao intervalo perfeito de ingesta de carboidrato? Nossos antepassados viviam manuseando números para atingir a percentagem sugerida? Óbvio que não.

2. O estudo foi totalmente embasado no famoso questionário dietético. Ou seja, um método com baixíssima credibilidade informativa visto que as respostas nem sempre são condizentes com a realidade. Você se lembra o que ingeriu no almoço de ontem? Terá que pensar para responder. Agora imagine relembrar os cardápios da ultimo semana.

3. A ingesta de carboidrato refinado, principalmente derivados de trigo, tem influência direta no desenvolvimento de mazelas metabólicas e vasculares. No citado estudo, essa categorização não foi realizada fato esse que compromete os resultados. Como saberemos que os indivíduos que consumiram menor índice de carboidratos não o fez embasado em quitutes refinados?

Portanto, um estudo com resultados impactantes, largamente propagandeado na mídia é fruto de uma avaliação observacional dotada de vários vieses e com conclusões duvidosas e não fidedignas. Como sempre digo é de suma relevância aprender a avaliar a fonte informativa. Na grande maioria das oportunidades, uma manchete espalhafatosa não sobrevivi a uma superficial análise metodológica.


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