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TIQUES

Características dos Tiques

Os tiques são caracterizados por ações, gestos, sons e palavras súbitos, estereotipados, que surgem após uma atividade motora. Sua causa ainda não está bem definida, aceitando-se um componente genético envolvido. A maioria dos casos desenvolvem-se na infância (média 6 anos). O sintoma inicial, geralmente, consiste em piscamentos, evoluindo para movimentos de face e pescoço e, após, som de “limpar a garganta”.

Tipos de Tiques
  • Síndrome de Tourette – É o protótipo dos tiques, sendo caracterizada por múltiplos tiques motores e vocais, ocorrendo várias vezes em um dia, em quase todos os dias por mais de 1 ano. Acomete indivíduos com menos de 21 anos e 50% apresentam, concomitantemente, transtorno obsessivo-compulsivo e 50% transtorno de hiperatividade e déficit de atenção.

 

  • Tique Transitório – Tiques com duração inferior a 1 ano.

 

  • Tiques Crônicos – Tiques motores ou vocais (não ambos) com duração maior que 1 ano.

 

  • Tique Único Crônico – Tique motor único crônico ou vocal único crônico.

 

  • Tique com início na vida adulta – Tiques em indivíduos com mais de 21 anos.

Tratamento dos Tiques

     Os tiques não possuem cura, sendo que a terapêutica visa melhorar, somente, a qualidade de vida dos pacientes. Em 50% dos casos dá-se regressão do quadro até a adolescência. Caso a terapia psicológica não surta o efeito desejado pode-se iniciar prescrevendo clonidina 0,05 a 0,5mg/dia ou guanfacina 0,5 a 4 mg/dia. São as drogas de primeira linha. Na ausência de resposta, pode-se modificar para clonazepam 0,25 a 2mg/dia, tetrabenazina 12,5 a 100mg/dia ou reserpina 0,25 a 3mg/dia. Os dois últimos são fármacos eficazes no controle dos sintomas mas podem gerar hipotensão e parkinsonismo reversível. Os neurolépticos, como a risperidona 0,5 a 12mg/dia, olanzapina 2,5 a 15mg/dia, pimozida 0,5 a 10mg/dia ou haloperidol 0,5 a 20mg/dia, são as alternativas mais eficazes para suprimir os tiques. Todavia, são a última escolha terapêutica por estarem associados, mesmo que raramente, a discinesia tardia.

Rafael Oliveira - Médico Neurocirurgião e Cirurgia de Coluna Vertebral
Porto Alegre - RS
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